Matéria publicada em junho de 2010 na edição nº 80 da Folha Fecomércio, revista mensal produzida pela Federação do Comércio do Estado de Alagoas.
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Com um litoral que reúne belezas naturais de encantar os olhos, Alagoas é um dos destinos mais visitados por turistas no país. A capital, Maceió, além de uma orla marítima bastante atrativa, possui ainda áreas de mata atlântica preservada, com rios, lagoas e uma diversidade de espécies do mundo animal.
No dia 5 de junho, data em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, este mesmo Estado foi palco de uma série de eventos. E em cada um, o mesmo alerta: esta riqueza ambiental é acessível, mas corre perigo.
Os problemas são muitos: queimadas, caça de animais em extinção, poluição de rios e praias e tantos outros. Mas um, em especial, tem se tornado cada vez mais alarmante: o lixo. E este, é um problema social.
O ambientalista do Ibama/AL Mário Daniel Sarmento ressalta que o lixo é uma questão conflituosa no mundo todo. Segundo Sarmento, o hábito da coleta seletiva é a alternativa para reaver o dano causado até então por este problema. “É a única saída de conservação da vida, dos recursos naturais”, afirma.
Para o ambientalista, o principal entrave diante da questão da efetiva reciclagem do lixo é a ausência de uma legislação específica. No entanto, pouco a pouco empresas, escolas e demais estabelecimentos têm percebido a importância desta prática.
No dia 24 de maio, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL) assinou convênio de doação de material reciclável com a Cooperativa de Recicladores de Lixo Urbano de Maceió (Cooplum). A iniciativa coloca a entidade no grupo, ainda seleto, de organizações compromissadas com a questão.
“O desenvolvimento do Estado depende de medidas que viabilizem a melhoria de cada setor da sociedade. E a coleta seletiva é uma prática de extrema relevância nesse sentido”, afirma o presidente da Fecomércio/AL, Wilton Malta.
A recicladora da Cooplum Marluce Moreira dos Santos, 63 anos, enxerga o convênio como um incentivo maior para o trabalho que realiza na cooperativa. Ela ressalta que a doação de material reciclável representa muito para quem trabalha com isso.
Marluce fala com a experiência de quem passou 25 anos trabalhando no lixão de Maceió, atividade que garantiu o sustento de seis filhos. Hoje, na Cooplum, a recicladora revela que tem orgulho do trabalho que faz, mas lamenta a falta de conscientização das pessoas quanto à importância da coleta seletiva.
Para Marluce, este gesto de solidariedade, além de preservar o meio ambiente, garante o sustento das famílias diretamente envolvidas com o projeto e ainda resulta em desenvolvimento para Alagoas.
NÚMEROS DA COLETA SELETIVA - As cooperativas de coleta seletiva de Maceió recolhem cerca de 70 toneladas de lixo por mês, no entanto apenas 30 toneladas são comercializadas. O motivo é a falta de compradores para determinados tipos de materiais como as embalagens longa vida e os copos descartáveis.
Cooplum, Coopvila, Cooprel e Pitanguinha são algumas das instituições que trabalham com este projeto. No qual, só em Maceió, cerca de trinta famílias são beneficiadas.
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