Um cotidiano entre pautas

Ao telefone, em meio a uma apuração prestes a se tornar matéria |

No dia 10 de janeiro de 2012, em uma seleção de estágio, um passo muito importante em minha formação profissional era dado. Pela primeira vez, eu saia a rua com uma pauta em mãos e o dever de voltar para a redação com uma matéria para publicar. Como primeiro teste, fui checar o desenrolar da feira de troca de livros realizada pelo Sesc. Uma apuração, aliás, que me garantiu uma vaga de estagiário no portal Tudo Na Hora, hoje TNH1.

Cerca de um mês depois, no dia 4 de fevereiro, lá estava eu, me ambientando na redação. Uma conquista que ainda me surpreende, diga-se de passagem. E feliz, mais uma vez fui a rua. Desta vez, para conhecer o Dragchó, o primeiro brechó de drag queens do nordeste. Era só o começo de um cotidiano entre pautas, que em março já me colocava frente a frente com assuntos mais polêmicos, a exemplo da prorrogação nas reformas das escolas estaduais, que deixava milhares de alunos sem aula.

Mas nem só de temas polêmicos vive o jornalismo. E em abril, uma cena inusitada deu o que falar, quando um menor conseguiu deixar um carro emborcado em cima do telhado da casa da vizinha. Já em maio, foi a vez da emoção tomar conta da torcida do CRB, com a conquista do Campeonato Alagoano após quase dez anos.

Em junho, no entanto, mais uma polêmica. Cansados de ser assaltados e com receio de novas ações criminosas, trabalhadores das agências dos Correios passaram a atender os clientes a portas fechadas. Um mês depois, meio que ao acaso, após um atalho tomado por um primo que me dava carona, vejo uma Kombi da Yakult pegar fogo em pleno trânsito. E lá estava eu para cobrir.

Em agosto, uma reportagem especial investigativa. Na apuração, a constatação de que os supermercados pouco oferecem ao cliente deficiente físico em Alagoas no tocante ao quesito acessibilidade. E se não há jornalismo sem investigação, em setembro, em meio a greve dos bancários, pude acompanhar os contratempos de clientes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica diante da falta de opções para algumas necessidades financeiras, a exemplo do depósito.

No mesmo mês, aliás, estive na Favela de Jaraguá para constatar que, quatro meses após a transferência de parte dos moradores, novas barracas começavam a ser instaladas no local. Uma apuração, a propósito, que quase me rende uma agressão. Contudo, no dia 10 de outubro, exatamente nove meses depois da primeira matéria publicada no portal, uma notícia trazia alívio para uma considerável parcela dos alagoanos, pois, nesta data, uma liminar concedida em cima da hora salvava uma banca de revistas de uma demolição precoce depois de sete anos de dedicação ao público leitor.

E assim, entre pautas, tem sido meu cotidiano. Para minha alegria e meu crescimento profissional.

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Este blog apresenta relatos e informações de minha trajetória profissional. As postagens aqui publicadas destacam trabalhos realizados e trazem momentos marcantes vivenciados desde a graduação em Jornalismo.